Isso deve ter sido um erro de edição da novela. Seja como for, se fosse na época do Boni o capítulo de hoje de "Fina Estampa" jamais iria ao ar da forma que foi. A cena é na casa de gente rica, ambiente sofisticado, que recebe para um jantar formal uma convidada, supostamente, também muito rica. Observe na foto, que a dita cuja está sem um sapato. Ou isso faz parte... é chic?
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
The day after. Após rebelião, moradores denunciam abusos das forças armadas no Complexo do Alemão
Por Patrick Granja
No último domingo, dia quatro de setembro, moradores do Complexo do Alemão foram atacados por tropas do exército durante uma confraternização em um bar da favela. As imagens flagradas por um morador mostram os militares atirando spray de pimenta e tiros de bala de borracha contra várias pessoas que estavam dentro de um bar. Do lado de fora, moradores reagiaram e também foram reprimidos com violência pelas tropas do exército. Dois dias depois do incidente, nossa equipe esteve no local das agressões para ouvir os relatos das vítimas da militarização.
Uma moradora disse que, no dia após o ataque do exército, um soldado teria roubado sua câmera e agredido seu marido que filmava os abusos cometidos pelos militares. Outra moradora conversou com nossa reportagem e mostrou o ferimento causado por um disparo de bala de borracha. Enquanto militares diziam que havia um confronto com traficantes dentro da favela, moradores reunidos na mesma rua da confusão de domingo criticavam o estado de exceção levado a cabo pelo exército no Complexo do Alemão.
No último domingo, dia quatro de setembro, moradores do Complexo do Alemão foram atacados por tropas do exército durante uma confraternização em um bar da favela. As imagens flagradas por um morador mostram os militares atirando spray de pimenta e tiros de bala de borracha contra várias pessoas que estavam dentro de um bar. Do lado de fora, moradores reagiaram e também foram reprimidos com violência pelas tropas do exército. Dois dias depois do incidente, nossa equipe esteve no local das agressões para ouvir os relatos das vítimas da militarização.
Uma moradora disse que, no dia após o ataque do exército, um soldado teria roubado sua câmera e agredido seu marido que filmava os abusos cometidos pelos militares. Outra moradora conversou com nossa reportagem e mostrou o ferimento causado por um disparo de bala de borracha. Enquanto militares diziam que havia um confronto com traficantes dentro da favela, moradores reunidos na mesma rua da confusão de domingo criticavam o estado de exceção levado a cabo pelo exército no Complexo do Alemão.
Pau que nasce torto...
Sob a chancela do Congresso Nacional, foi aprovado o projeto que prevê a realização de plebiscito sobre a criação dos estados do Tapajós e Carajás, desmembrando o atual estado do Pará. O Congresso deu aval para a consulta que poderá criar dois estados no Brasil. Vale lembrar que, excetuando-se o estado do Amazonas, todos os restantes estados das regiões Nordeste e Norte do Brasil são altamente deficitários, gastando mais em suas despesas do que arrecadando em impostos. Esses dois estados, se criados, já nascem altamente deficitários.
E o pior: o Congresso Nacional criou a Frente Parlamentar Mista, em apoio à criação de municípios. Mais currais eleitorais poderão ser criados, sendo constituídos por municípios sem as mínimas condições de se manterem economicamente. Serão, como milhares atualmente, dependentes unicamente do Fundo de Participação dos Municípios. Infelizmente, negócios particulares de políticos sobrepõe-se aos interesses coletivos. É um saque institucionalizado.
Juiz Odilon de Oliveira
Odilon de Oliveira, de 56 anos, estende o colchonete no piso frio da sala, puxa o edredom e prepara-se para dormir ali mesmo, no chão, sob a vigilância de sete agentes federais fortemente armados. Oliveira é juiz federal em Ponta Porã , cidade de Mato Grosso do Sul na fronteira com o Paraguai e, jurado de morte pelo crime organizado, está morando no fórum da cidade. Só sai quando extremamente necessário, sob forte escolta. Em um ano, o juiz condenou 114 traficantes a penas, somadas, de 919 anos e 6 meses de cadeia, e ainda confiscou seus bens. Como os que pôs atrás das grades, ele perdeu a liberdade. 'A única diferença é que tenho a chave da minha prisão.'
Traficantes brasileiros que agem no Paraguai se dispõem a pagar US$ 300 mil para vê-lo morto. Desde junho do ano passado, quando o juiz assumiu a vara de Ponta Porã, porta de entrada da cocaína e da maconha distribuídas em grande parte do País, as organizações criminosas tiveram muitas baixas.Nos últimos 12 meses, sua vara foi a que mais condenou traficantes no País.
Oliveira confiscou ainda 12 fazendas, num total de 12.832 hectares , 3 mansões - uma, em Ponta Porã , avaliada em R$ 5,8 milhões - 3 apartamentos, 3 casas, dezenas de veículos e 3 aviões, tudo comprado com dinheiro das drogas. Por meio de telefonemas, cartas anônimas e avisos mandados por presos, Oliveira soube que estavam dispostos a comprar sua morte.
'Os agentes descobriram planos para me matar, inicialmente com oferta de US$100 mil.' No dia 26 de junho, o jornal paraguaio Lá Nación informou que a cotação do juiz no mercado do crime encomendado havia subido para US$ 300 mil. 'Estou valorizado', brincou. Ele recebeu um carro com blindagem para tiros de fuzil AR-15 e passou a andar escoltado.
Para preservar a família, mudou-se para o quartel do Exército e em seguida para um hotel. Há duas semanas, decidiu transformar o prédio do Fórum Federal em casa. 'No hotel, a escolta chamava muito a atenção e dava despesa para a PF.' É o único caso de juiz que vive confinado no Brasil. A sala de despachos de Oliveira virou quarto de dormir. No armário de madeira, antes abarrotado de processos, estão colchonete, roupas de cama e objetos de uso pessoal. O banheiro privativo ganhou chuveiro. A família - mulher, filho e duas filhas, que ia mudar para Ponta Porã, teve de continuar em Campo Grande. O juiz só vai para casa a cada 15 dias, com seguranças. Oliveira teve de abrir mão dos restaurantes e almoça um marmitex, comprado em locais estratégicos, porque o juiz já foi ameaçado de envenenamento. O jantar é feito ali mesmo. Entre um processo e outro, toma um suco ou come uma fruta. 'Sozinho, não me arrisco a sair nem na calçada..'
Para preservar a família, mudou-se para o quartel do Exército e em seguida para um hotel. Há duas semanas, decidiu transformar o prédio do Fórum Federal em casa. 'No hotel, a escolta chamava muito a atenção e dava despesa para a PF.' É o único caso de juiz que vive confinado no Brasil. A sala de despachos de Oliveira virou quarto de dormir. No armário de madeira, antes abarrotado de processos, estão colchonete, roupas de cama e objetos de uso pessoal. O banheiro privativo ganhou chuveiro. A família - mulher, filho e duas filhas, que ia mudar para Ponta Porã, teve de continuar em Campo Grande. O juiz só vai para casa a cada 15 dias, com seguranças. Oliveira teve de abrir mão dos restaurantes e almoça um marmitex, comprado em locais estratégicos, porque o juiz já foi ameaçado de envenenamento. O jantar é feito ali mesmo. Entre um processo e outro, toma um suco ou come uma fruta. 'Sozinho, não me arrisco a sair nem na calçada..'
Uma sala de audiências virou dormitório, com três beliches e televisão. Quando o juiz precisa cortar o cabelo, veste colete à prova de bala e sai com a escolta. 'Estou aqui há um ano e nem conheço a cidade.' Na última ida a um shopping, foi abordado por um traficante. Os agentes tiveram de intervir. Hora extra. Azar do tráfico que o juiz tenha de ficar recluso. Acostumado a deitar cedo e levantar de madrugada, ele preenche o tempo com trabalho. De seu 'bunker', auxiliado por funcionários que trabalham até alta noite, vai disparando sentenças. Como a que condenou o mega traficante Erineu Domingos Soligo, o Pingo, a 26 anos e 4 meses de reclusão, mais multa de R$ 285 mil e o confisco de R$ 2,4 milhões resultantes de lavagem de dinheiro, além da perda de duas fazendas, dois terrenos e todo o gado. Carlos Pavão Espíndola foi condenado a 10 anos de prisão e multa de R$ 28,6 mil. Os irmãos , condenados respectivamente a 21 anos de reclusão e multa de R$78,5 mil e 16 anos de reclusão, mais multa de R$56 mil, perderam três fazendas. O mega traficante Carlos Alberto da Silva Duro pegou 11 anos, multa de R$82,3 mil e perdeu R$ 733 mil, três terrenos e uma caminhonete. Aldo José Marques Brandão pegou 27 anos, mais multa de R$ 272 mil, e teve confiscados R$ 875 mil e uma fazenda.
Doze réus foram extraditados do Paraguai a pedido do juiz, inclusive o 'rei da soja' no país vizinho, Odacir Antonio Dametto, e Sandro Mendonça do Nascimento, braço direito do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar. 'As autoridades paraguaias passaram a colaborar porque estão vendo os criminosos serem condenados.' O juiz não se intimida com as ameaças e não se rende a apelos da família, que quer vê-lo longe desse barril de pólvora. Ele é titular de uma vara em Campo Grande e poderia ser transferido, mas acha 'dever de ofício' enfrentar o narcotráfico. 'Quem traz mais danos à sociedade é mega traficante. Não posso ignorar isso e prender só mulas (pequenos traficantes) em troca de dormir tranqüilo e andar sem segurança.'
Somália
Enquanto o mundo assiste interessado à queda do ditador Muamar Kadafi, vemos concomitantemente a Somália, país extremamente pobre, sendo arrasada por bárbaros assassinos, que encurralaram mais de 200 mil pessoas sem água e comida, deixando-as morrendo à míngua.
De acordo com o noticiário, se os países desenvolvidos, por meio da ONU, não tomarem providências, até dezembro todos eles estarão mortos. Será que o mundo dito civilizado dará conta de que a vida humana vale muito mais do que petróleo e seus derivados? Se a Líbia não estivesse sentada em cima de milhares de barris de petróleo, os ditos humanitários estariam preocupados com as mortes naquele país? Enquanto o mundo não entender que vidas valem mais do que bens materiais, jamais seremos civilizados, na plena expressão da palavra. Continuaremos todos bárbaros. Há diferença entre ser facínora e ficar de fora observando, sem fazer nada?
Complexo do Alemão: Luta dos moradores contra excessos de poder é transformada em guerrado tráfico pelo exército
Por Patrick Granja
No final da tarde de ontém, dia seis de setembro, nossa reportagem foi ao Complexo do Alemão ouvir os relatos de moradores vítimas da violenta ação do exército na noite de domingo. No momento em que faziamos uma entrevista, moradores alertavam uns aos outros que o exército estaria subindo o Complexo para levar a cabo um toque de recolher. Nossa reportagem ficou horas escondida na laje de uma casa no alto da favela de onde era possível assistir aos tiros de munição traçante disparados para o alto pelas tropas. Os disparos foram feitos durante horas e sempre partiam de localidades onde existem quartéis do exército.
Quando nossa equipe deixou a favela, repórteres do monopólio dos meios de comunicação e militares diziam que os tiros se travam de um suposto confronto com traficantes. Contudo, durante as sete horas em que permaneceu na favela, nenhum traficante foi visto por nossa reportagem, a única dentro do Complexo no momento dos disparos. Durante as sete horas em que nossa equipe esteve no local, trabalhadores mostraram-se revoltados com a militariazação e dispostos a lutar contra os desmandos do exército. Focos de protestos podiam ser vistos na Nova Brasília, na Fazendinha e na Grota. Nas ruas, moradores começavam a sair de casa e comentar a ação dos militares que, segundo rumores, deixou mortos um senhor de idade e uma menina que voltava da escola.
Quando nossa equipe deixou a favela, repórteres do monopólio dos meios de comunicação e militares diziam que os tiros se travam de um suposto confronto com traficantes. Contudo, durante as sete horas em que permaneceu na favela, nenhum traficante foi visto por nossa reportagem, a única dentro do Complexo no momento dos disparos. Durante as sete horas em que nossa equipe esteve no local, trabalhadores mostraram-se revoltados com a militariazação e dispostos a lutar contra os desmandos do exército. Focos de protestos podiam ser vistos na Nova Brasília, na Fazendinha e na Grota. Nas ruas, moradores começavam a sair de casa e comentar a ação dos militares que, segundo rumores, deixou mortos um senhor de idade e uma menina que voltava da escola.
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