O Congresso teve sessão na quinta-feira para tentar votar créditos suplementares ao Orçamento que estão na pauta. Nada, no entanto, foi votado. O deputado federal Anthony Garotinho (PR-RJ) travou a sessão, por causa da anistia aos bombeiros do Rio de Janeiro. Dá para entender? O que os bombeiros têm a ver com o Orçamento? O jeito foi suspender a sessão mantendo o quórum e marcar para votar os créditos na terça-feira, mesmo com feriado na quarta.
sábado, 3 de setembro de 2011
Caiu a ficha da oposição
Caiu a ficha da oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Pelo menos, entre os tucanos. Eles chegaram à conclusão de que não adianta fustigar o Palácio do Planalto em clima de tocaia. Perceberam, por exemplo, que convocar um ministro atrás do outro, a cada denúncia de corrupção publicada na imprensa, gerou efeito contrário. Não abalou a imagem de Dilma. Pior, passou a impressão para a opinião pública de que a presidente estava empenhada em fazer uma faxina no governo. O tiro saiu pela culatra. Quanto mais a oposição batia, mais ela capitalizava. Melhor mudar de estratégia.
O problema é que estratégia seguir. Foram tantos os ministros convocados a dar explicações no Congresso que, no fim, nenhum deles ficou marcado. Os escândalos se multiplicam, mas não têm a força de um mensalão, por exemplo, que chocou o país. É uma viagem com diárias aqui, uma verba destinada a bases eleitorais de quem tem a caneta para liberá-la ali, porém nada capaz de chamar a atenção dos eleitores, nada que os faça prestar atenção. É com esta sensação de que se ficar o bicho come, se correr o bicho pega que os tucanos tentam encontrar um outro caminho.
Não é à toa que o PSDB pretende fazer, no início de outubro, um grande seminário para mostrar um novo jeito de fazer oposição. Os tucanos sabem que, do jeito que está, não vão conseguir sair do lugar. A blindagem econômica do governo vem da época do presidente Lula no poder. A política vem da grande maioria no Congresso e da imagem de implacável com os corruptos que Dilma passou. Parece um beco sem saída, mas a oposição tenta reencontrar seu caminho. Não pretende repetir ações raivosas que marcaram a atuação do então senador Artur Virgílio (PSDB-AM). O difícil é saber como romper a barreira que hoje deixa o governo protegido. Ainda mais se o Brasil, como parece, passar ileso sobre a crise econômica que atinge a Europa e os Estados Unidos. Não foi à toa que o Banco Central baixou a taxa de juros.
Otário, eu?
A Câmara dos Deputados deu uma banana para o povo em 30 de agosto. As pessoas de bem não contavam com a absolvição da deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF). A imoralidade suplantou a moralidade. Somos culpados. Ainda não sabemos escolher os nossos representantes. Duzentos e sessenta e cinco deputados empacotaram os valores éticos e morais e jogaram na lata de lixo. Não sei se alguém já chegou a pensar como eu, mas às vezes acho que se não existissem telha, dentadura, caixa d’água, cimento e bujão de gás teríamos um parlamento melhor. Desde menino eu ouço a frase: ‘Vai melhorar, os maus políticos serão esquecidos’. Já fiquei velho, eles estão aí e continuarão enquanto não compreendermos o valor do nosso voto. Não podemos perder a nossa capacidade de indignação. Onde está o grito do povo contra as canalhices que surgem todos os dias?
Greve: operários da obra de reforma do Maracanã cruzam os braços novamente
Por Patrick Granja
Na madrugada do dia 1º de setembro, operários que trabalham na obra de reforma do estádio Maracanã, no Rio de Janeiro, voltaram a cruzar os braços. Depois de uma semana de greve no início de agosto, os operários paralisaram novamente suas atividades acusando o consórcio que administra a obra de não cumprir os acordos fixados na última paralisação. Além disso, os trabalhadores relataram a nossa reportagem que as empresas do consórcio servem comida estragada aos operários e não fazem a limpeza dos vestiários. A reforma do Maracanã faz parte das obras para a Copa do Mundo de 2014 e para as Olimpíadas de 2016. Revoltados, os grevistas garantiram que dessa vez, a paralisação só será interrompida quando os patrões cumprirem todas as reivindicações da categoria, incluindo as exigências da última greve.
Assinar:
Postagens (Atom)