Os partidos, pelo menos a maioria deles, ainda não deram a partida para a montagem de chapas na briga pelas prefeituras. A corrida agora é para montar as chapas de vereadores, já que o prazo de filiação termina no fim de setembro. E é hora também de brigas internas, com a troca dos comandos dos diretórios municipais para atender interesses de grupos. A ordem vem de cima, dos diretórios estaduais e nacionais. É tudo na base da canetada.
terça-feira, 2 de agosto de 2011
De norte a sul a gatunagem é a mesma
O problema dos radares em rodovias e vias urbanas já passou dos limites no Brasil e quem paga a conta é o cidadão. A população se vê vítima da fúria ensandecida da arrecadação. Após uma viagem de cerca de 2 mil quilômetros pela Região Sudeste do país, pude concluir que é absolutamente impossível viajar por locais desconhecidos sem ser multado. São radares instalados com o único objetivo e arrecadar.
Não há preocupação em educar ou em prevenir acidentes. Em uma rodovia duplicada entre Águas da Prata, em São Paulo, e Poços de Caldas, em Minas, por exemplo, a velocidade máxima na subida é de 60 km/h. Não há necessidade de um radar na subida de uma estrada em excelentes condições de conservação.
Sou habilitado desde 1975 e em todos esses anos tive apenas duas multas em meu prontuário. Nessa viagem, porém, fui multado pelo menos três vezes. As autoridades responsáveis por esses absurdos se esquecem de que o cidadão, muitas vezes, necessita da sua habilitação para sobreviver e pode perdê-la apenas pela falta de critério na instalação desses aparelhos.
Sem contar o fato de que pagar multa e perder pontos na carteira é o mesmo que punir o cidadão duas vezes pela mesma infração, o que parece ser inconstitucional. Inconstitucional, e daí... foda-se!
Jobim
Tá aqui, oh... Se quiser eu mostro! |
O habilidoso, e falatrão, ministro da Defesa, Nelson Jobim, esteve ontem no programa Roda Viva, da TV Cultura. Tirando alguns lampejos de stress (que, no caso, é algo bem-vindo), no geral o ministro cozinhou e jantou os entrevistadores. Marília Gabriela, então, com sua ingenuidade pueril, foi chamada por ele, num momento, de menina (ela, vaidosa, deve ter achado que era por outro motivo...). A questão é que, experiente, inteligente, ele deixou claro para os telespectadores que é Dilma quem precisa dele, com sua interlocução fácil na caserna, e não o contrário. O ponto alto foi quando o jornalista Augusto Nunes perguntou ao ministro quais eram mesmo os artigos que ele dizia ter inserido na CF/88, e que não tinham sido votados. Ele, atipicamente tenso, dizendo que já previa a pergunta, trouxe um dossiê para mostrar que os artigos que ele gostosamente enfiou na Constituição tinham sido referendados numa votação extemporânea, ou seja, num terceiro turno.
Já que, segundo o ditado, recordar é viver, vale a pena lembrar, mesmo porque os mais novos talvez nem saibam dessa história. É que no dia 5 de outubro de 2003, quando assistíamos às comemorações pelos 15 anos de nossa Carta Magna, o ministro Nelson Jobim, então no STF, jactava-se de ter enfiado, quando foi deputado constituinte, em 88, dois artigos que não tinham sido nem sequer votados. Dizia, ainda, que não revelou isso antes, pois havia feito um pacto com o deputado Ulysses Guimarães, então presidente da Assembleia Nacional Constituinte. A reação da comunidade jurídica foi imediata. Inúmeros juristas, incluindo aí pares do ministro, repudiaram a declaração. E o ápice da história estava ainda para começar. Ele se deu quando o Professor Celso Antônio Bandeira de Mello, honrando-nos, desencadeou, a partir de artigo veiculado exclusivamente em Migalhas, uma campanha pelo "impeachment" do ministro Jobim. De fato, não podia passar em brancas nuvens a confissão do ministro de ter, em pandilha, enxertado artigos em nossa Constituição. Desde este dia, e por inúmeras dezenas de informativos, este tema ocupou nosso poderoso rotativo. O ministro, na época, balançou, mas não caiu. Por outro lado, a comunidade, também, não deu de barato essa caudilhada.
Contagem regressiva
juíza Sylvia Steiner |
Os jornais especulam quem será o substituto da ministra Ellen Gracie. Em verdade, falam da substituta, uma vez que dão como certo que será uma mulher. A propósito, de onde é que se tirou que há cota por sexo no STF? Enfim, o fato é que entre as ilustres cogitadas está a juíza Sylvia Steiner, do TIP. Mas isso não parece ser crível, pois o jogador da seleção do mundo em geral não deveria voltar para jogar no time do país, a não ser que seja para ser técnico, comentarista, ou coisas afins. Ademais, o STF é o começo da carreira, e não o contrário. De qualquer maneira, há uma novidade no Estadão de hoje: fala-se no nome da procuradora Flávia Piovesan, especialista em direitos humanos. Nós aqui não queríamos dizer antes - porque nestas horas é melhor não falar -, mas o nome da ilustre jurista já está sobre a mesa da presidente Dilma, e tem tudo para ser o indicado. Por indicação de parcela expressiva da comunidade jurídica, e com apoio do vice-presidente Michel Temer, ela é bem cotada. Mas tudo, claro, depois que a ministra Ellen Gracie se aposentar, porque, convenhamos, não fica bem - ainda mais diante da elegância da ministra - ficarmos tratando de sua cadeira, estando S. Exa. ainda a ocupá-la.
Assinar:
Postagens (Atom)