A maior parte da bancada do PV na Câmara dos Deputados está aguardando para ver o que acontece no partido daqui para a frente. Há resistência entre os parlamentares ao jeito “capitã de equipe” de ser da ex-senadora Marina Silva (PV-AC), que foi candidata da legenda à Presidência da República e surpreendeu com 20 milhões de votos. Até para isso, no entanto, os verdes descontentes têm uma resposta na ponta da língua. Lembram que a ex-senadora Heloísa Helena (PSOL-AL) teve 8 milhões de votos na disputa pelo Palácio do Planalto e hoje é vereadora em Maceió.
domingo, 12 de junho de 2011
Os juros e o tucano socialista
No plenário, só havia uns gatos pingados, mas o governo queria porque queria votar a medida provisória que abre crédito para lugares que sofreram catástrofes, como Petrópolis, por exemplo. E algo mais, é claro. O contrabando era um crédito extraordinário de R$ 55 bilhões para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que já tinha recebido antes um aporte de R$ 270 bilhões do Tesouro Nacional. E foi com uma pequena plateia que o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG) desceu do muro que caracteriza os tucanos e teve o seu dia de radical do PSOL. Tanto que, depois da sessão, foi efusivamente cumprimentado pelos colegas Chico Alencar (PSOL-RJ) e Ivan Valente (PSOL-SP).
Pestana questionou o governo com a máxima de Bismarck, que dizia que as leis são como as salsichas, melhor não saber como são feitas. Faz sentido. O crédito a mais para o BNDES destina-se a aporte de capital para empréstimos a empresas privadas. O BNDES cobra juros subsidiados de 6% ao ano. Só que o Tesouro Nacional, de onde saiu o dinheiro, paga ao mercado juros de 12,25% ao ano estipulados pelo Banco Central.
A conta todo mundo sabe quem paga: é o contribuinte brasileiro, que paga uma das mais altas cargas tributárias de todo o mundo. A dúvida é se não vale a pena para as empresas aplicarem o tiverem em caixa com rendimento da Taxa Selic e ir ao BNDES suprir o mesmo caixa pagando a metade dos juros que recebem com a aplicação. É uma questão de matemática, não de política. Até porque a taxa de investimento das empresas não segue o mesmo ritmo de crescimento do Brasil.
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