Os deputados federais Bernardo Santana (PR), Diego Andrade (PR). Geraldo Thadeu (PPS), João Magalhães (PMDB), Leonardo Quintão (PMDB), Marcus Pestana (PSDB) e Walter Tosta (PMN) engrossam a lista dos 24 parlamentares que formalizaram à Mesa Diretora o pedido de retirada de assinatura do requerimento para a criação da CPI destinada a investigar os contratos para a Copa do Mundo de 2014. Outros 42 deputados também recuaram, embora ainda não tenham oficializado a decisão. Assim, a CPI da CBF perde força. O argumento: com as obras de organização da Copa já atrasadas, os deputados dizem que uma devassa pode retardar ainda mais o andor.
sábado, 23 de abril de 2011
O sapo e o príncipe
Ruth, não a Cardoso mas a Escobar, disse certa vez que decidir entre Lula e Fernando Henrique Cardoso era como “escolher entre Sartre e o encanador”. A frase deve ter impressionado o então príncipe dos sociólogos. Como político, FHC nunca conseguiu unanimidade. Recentemente, se esmerando em declarações desastrosas, pode perseguir aquilo que ainda não conquistou em sua longa trajetória. Em recente análise, FHC defendeu que o PSDB dispute com o PT a chamada classe média emergente, desprezando o “povão”. Lula, o antigo sapo barbudo, que se especializou em surfar nas ondas de seu arqui-inimigo, não perdeu tempo. Disse que o povão é a razão de ser do Brasil. Em seguida, amparado na “alta” sociologia do rival, concordou que o PT deve mesmo ter por meta a nova classe média.
Como mais vale um instituto na mão do que dois políticos voando, tucanos e petistas bem fariam em analisar as pesquisas, antes de seguir os conselhos dos “chefes”. Os números mais recentes indicam que a tão almejada nova classe média já se mudou, desconfiada, para o PT. Aliás, neste caso, nem sequer precisaria de pesquisa. Esse segmento identifica os anos Lula com os tempos da bonança. De Lula ao PT é um passo.
Entre aqueles eleitores com renda familiar de três a cinco mínimos, o PT alcança 32% das preferências contra 6% daqueles que se identificam com o PSDB . Nessa categoria está o melhor desempenho petista. Entre aqueles cujas famílias ganham de cinco a 10 salários mínimos, a identidade com o PT cai para 29% e a do PSDB sobe para 8%. Já entre aqueles que têm renda mensal de até dois salários mínimos – ou seja, o “povão” –, o PT só tem a preferência de 23%. O desempenho do PT só não é pior entre os eleitores da elite econômica, com renda familiar acima de 10 salários mínimos.
É, portanto, com foco justamente nesses esquecidos da era Lula que os tucanos teriam melhor chance de disputar espaço com o PT, com estratégias de inclusão social. Mas FHC sabe que tucano que gosta de pobre nasce petista... Sendo assim, ‘Sartre e o encanador’, os principais líderes das últimas décadas, preferem mirar nos ‘novos ricos’ a resgatar os velhos pobres. Que Dilma não os ouça. Melhor escutar a Ruth. Não a Escobar, mas a Cardoso.
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