O ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) foi, viu e perdeu. Até a oposição fisgou a isca e, no afã de defender os governos de Dilma Rousseff e de Lula, aumentou o tamanho do palanque do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o elegeu o grande líder da oposição. Daí a derrota de Serra, que está em Brasília para reclamar, na reunião de hoje do PSDB, da composição do conselho político dos tucanos, que ele integra junto com Aécio, Fernando Henrique Cardoso e quase uma dezena de outras pessoas. O pior é que o cargo é uma espécie de prêmio de consolação, já que dificilmente Serra conseguirá, depois de desistir da Presidência do PSDB, emplacar o comando da Fundação Teotônio Vilela. Não custa lembrar que é para lá que vai boa parte do dinheiro do fundo partidário. A presença de Serra foi interpretada como uma provocação por alguns políticos. Não deu certo.
Aécio passou horas na tribuna, tantos foram os apartes pedidos. No PT, a senadora Marta Suplicy (SP) e o líder do partido na Casa, Humberto Costa (PE), foram mais enfáticos na defesa do governo e expressaram o desejo de comparação com a gestão de Fernando Henrique Cardoso. De outros petistas, no entanto, mesmo que cumprissem o papel de ser governo, Aécio chegou até a receber elogios. E é claro que todos os senadores de oposição aproveitaram para pegar carona na fala do mineiro para fustigar Dilma e Lula.
Para um plenário lotado, Aécio falou por 22 minutos. Depois foi obrigado a passar algumas horas na tribuna, agradecendo os apartes e aproveitando para alongar seus argumentos. Fez sua estreia como líder da oposição no país na frente de Serra.