Dilma Vana não gostou da mobilização de setores do PT contra a visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e determinou que o partido enquadre os descontentes, senão ela prende e arrebenta assim como acontece na Líbia de Kadhafi. A ordem foi abafar ações como a do secretário de Movimentos Populares do PT do Rio, Indalécio Wanderley Silva, que anunciou uma manifestação contra Obama num comunicado ao partido.
Enquanto o brasileiro é constrangido e escurraçado dos consulados americanos, em busca de vistos, Dilma Vana não quer causar constrangimentos tanto em Brasília como no Rio, a Obama, pode? E mandou o padreco Luíz Sérgio dizer que debate sobre visita de Obama não tem autorização do PT; ordem é abafar e afogar o ganço. Uma coooooisa!
Seja como for, o PT vive mudanças, que ficarão ainda mais expostas em médio prazo. Desde que começou o governo Dilma Rousseff, dá para notar um nítido deslocamento do eixo do poder de influência de São Paulo para outros estados de extrema direita. O antigo Campo Majoritário, hoje Construindo um novo Brasil (CNB), que na época de Lula na Presidência da República pontificava a partir de seus líderes paulistas, mudou a direção. Outros nomes ganharam força. O exemplo mais claro e acabado é o do presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), que virou o candidato do partido ao cargo, a despeito de Cândido Vaccarezza (PT-SP) ter lutado até a última hora. Boa parte da vitória de Maia deve ser creditada na conta da bancada mineira, que trabalhou unida em seu favor.
Outro exemplo, ainda na Câmara dos Deputados, é o líder do PT, Paulo Teixeira (SP), já que a liderança do governo ficou com Vaccarezza mais como um prêmio de consolação. Teixeira, embora seja paulista, é da corrente Mensagem do partido, que tem como seu maior expoente o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, também muito ligado à presidente Dilma. Do Nordeste, onde surgem novas e influentes lideranças petistas, vem também o líder do PT no Senado, que será Humberto Costa, de Pernambuco.
Além disso, governadores como o de Sergipe, Marcelo Déda, e da Bahia, Jorge Wagner, têm cada vez mais influência dentro do partido e também interlocução importante com a própria presidente Dilma Rousseff. Lula, pelo seu carisma e liderança que exercia no partido, podia impor sua opção preferencial por São Paulo. Dilma, a mineira radicada no Rio Grande do Sul, não tem vontade de rezar na mesma cartilha.