A reforma política é a bola da vez no Congresso. Já está na marca do pênalti. O problema é que o chute pode parar lá na arquibancada. Quando não se quer tomar uma decisão, qual é o melhor caminho? Monta-se uma comissão para discutir o assunto. Neste caso, são duas: uma no Senado, com gente menos pífia, e outra na Câmara dos Deputados, com gente como Waldemar da Costa Neto (PR-SP) e Paulo Maluf - procurado pela Interpol! (PR-SP). Dois que gostariam de usar o projeto para tirar do caminho, por exemplo, a exigência de ficha limpa nas eleições. Bem, deixa para lá. O debate está apenas começando, mas é certo que vem muita polêmica por aí, e numa terra onde não existe justiça é muito difícil se ter razão...
O deputado Henrique Fontana (PT-RS), indicado como relator da comissão na Câmara, pelo menos é sincero. Para ele, o foco da reforma deve ser o financiamento público de campanha. É, pode ser. Até porque os parlamentares perceberam um movimento entre o empresariado, que andou fixando teto de doações no ano passado, tabelando mesmo os valores a serem repassados, de acordo com a importância do cargo. Uma doação a um deputado estadual, por exemplo, era, normalmente, de 50% da destinada a um federal. E tudo combinado dentro das entidades representativas. Daí a volta do financiamento público de campanha.
Voto em lista, distrital misto, eleição dos mais votados independentemente do quociente eleitoral e outras ideias são sonho de uma noite de verão. Se PMDB e PT, os dois maiores partidos na Câmara e no Senado, não se entendem e têm propostas conflitantes, como chegar a um consenso? No voto ou na chantagem?
FLÁVIO GUIMARÃES deixou o seguinte comentário sobre o exposto:
Prezado Eduardo
A questão da reforma política transita entre o vergonhoso e o hilário. Os principais aspectos capazes de envergonhar a nação, você já mencionou. Entre eles, nunca é demais destacar a máxima que, na prática, é recurso de quem não quer resolver: "faz uma comissão e deixa o tempo passar. Provavelmente alguém vai se esquecer do assunto antes da conclusão dos trabalhos e pronto, está resolvido".
Mas, na banda do hilário, não posso deixar de ajustar o foco sobre a incompetência da Interpol, que "não consegue localizar o homem procurado pela polícia internacional". Como se o mundo ainda acreditasse em histórias da Carochinha. Decididamente, assim não dá.
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Jornalista Flávio Guimarães-SP |
Prezado Eduardo
A questão da reforma política transita entre o vergonhoso e o hilário. Os principais aspectos capazes de envergonhar a nação, você já mencionou. Entre eles, nunca é demais destacar a máxima que, na prática, é recurso de quem não quer resolver: "faz uma comissão e deixa o tempo passar. Provavelmente alguém vai se esquecer do assunto antes da conclusão dos trabalhos e pronto, está resolvido".
Mas, na banda do hilário, não posso deixar de ajustar o foco sobre a incompetência da Interpol, que "não consegue localizar o homem procurado pela polícia internacional". Como se o mundo ainda acreditasse em histórias da Carochinha. Decididamente, assim não dá.